
Já pensou sobre o que é falar sobre si mesmo?
Às vezes, idealizamos contar sobre nós a partir de histórias que sejam grandiosas, fantásticas e de roteiro de filme premiado; em outros momentos, podemos estar alicerçados na percepção que outras pessoas podem ter sobre nós. Começar a falar sobre si começa com o contar sobre os causos da vida.
Falar sobre a vida inicia no comum e no que acontece no dia a dia, porque falar sobre si é falar sobre o que tá acontecendo ao redor e voltar isso para os efeitos que causam no corpo. Fazer esse movimento pode ser estranho no começo, principalmente quando nos acostumamos a deixar nossa percepção de lado em favor de outra coisa.
Quem se sente confortável em falar sobre coisas triviais? Triviais ao ponto de parecerem desinteressantes ou básicas. É na simplicidade que reside nossa percepção sobre o sentir, porque podemos deixar de notar como coisas tão comuns nos afetam, como elas contribuem para manter o interesse em algo, ou mesmo como tudo pode cair por terra quando um conjunto de coisas deixam de acontecer como o esperado.
Sentir o corpo, a voz, a vibração das cordas vocais, o tremor dos músculos, o frio na barriga, o êxtase de encontrar o novo: é olhar e sentir a vida. Se vamos na psicoterapia para falar sobre si, requeremos a construção no dia a dia. Não vamos nos prender ao consultório e nem só sobre a narrativa dos problemas, vamos exercitar a construção no olhar para os processos da vida.