
Para que alguém seja considerado uma heroína ou um herói, atribuímos a esta pessoa a realização de feitos grandiosos, sobre-humanos, alguém dotado de coragem que é altruísta em suas ações. Nossa heroína e nosso herói são colocados em um local de admiração e são exaltados pela bravura, benevolência e misericórdia que demonstraram ter. Mas, heroínas e heróis não existem.
Isso não significa que pessoas boas, que fazem atos altruístas e demonstram coragem na hora de prestar auxílio para alguém, não existam. A questão é que pessoas com ações boas podem, também, serem pessoas com posicionamentos boçais. Em alguns momentos da nossa vida, poderemos estar próximos do julgamento de sermos bons aos olhos de alguém, e em outros, estaremos próximos de sermos vistos como um alguém que não é, assim, tão bonzinho.
Se passarmos nossa vida buscando pessoas com atos heroicos para admirar e depositar nossa confiança e esperança, vamos viver uma vida frustrada. Ou realmente vamos acreditar que podemos atingir as expectativas de todos o tempo inteiro? Que alguém, algum dia, poderá atingir todas as expectativas que depositamos? Vamos depender de estar sempre buscando alguém heroico para nos salvar da tempestade que se aproxima? E assim que esse alguém heroico nos frustrar, vamos enterrá-lo no cesto da decepção?
A inexistência de heroínas e heróis não nos dá o direito de relevar ações ruins, ou mesmo criminosas, e nem nos dá aval para jogar tudo pro alto e sermos boçais pelo resto da vida. Mas, nos coloca em jogo a necessidade de tomarmos as rédeas da vida, sermos responsáveis pelas atitudes que tomamos, as escolhas que fazemos, sobre quem admiramos e os posicionamentos que legitimamos.
A primeira música que conheci do Awolnation foi a Kill Your Heroes, e hoje, a reflexão partiu dela. Convido vocês a assistirem ao clip da música após essa leitura.