
Diagnóstico em saúde mental, para uns é alívio e para outros sofrimento. Temos muita discussão sobre esse tema, uma das mais fortes é no sentido da rotulação que o conceito de psicodiagnóstico (a partir da lógica biomédica) produz nos seres humanos, não apenas no sentido individual mas principalmente no sentido coletivo (vide as torturas registradas em manicômios).
Inúmeras vezes ouvimos relatos, enquanto psis, sobre toda rotulação feita com pessoas que apresentam sintomatologias de diagnósticos em saúde mental. Todo o estereótipo que é atribuído para a manifestação de cada sintoma que destoa da normalidade social e o quanto esse estereótipo conduz em julgamento, isolamento, xingamento e práticas violentas que ferem a integridade física e psicológica de pessoas com transtornos mentais (eles possuindo o diagnóstico ou não).
E tendo toda essa carga social, que é extremamente sufocante quando diz respeito a uma condição de adoecimento, não é de se surpreender que muitas pessoas evitam buscar auxílio profissional mesmo quando esses sintomas são estridentes e causam prejuízo significativo na vida.
Nós, que somos profissionais, amigos, familiares ou mesmo pacientes, temos influência direta na construção da percepção social e cultural sobre os cuidados em saúde mental, estereótipos em psicodiagnóstico e compromisso de cuidado de si.
Quando foi a primeira ou a última vez que você olhou pro seu diagnóstico ou o de um conhecido com sensibilidade?
Texto escrito junto com o psicólogo Mateus J. B. Cornelli CRP 08/38588